Ações de comunicação em favor da prevenção ao discurso de ódio

O ambiente político tóxico e polarizado do atual contexto brasileiro tem impulsionado narrativas de intolerância e desrespeito aos pilares do regime democrático. Num contexto pós-eleições seguem os ataques sobre as instituições com apoio de autoridades e tendo a comunicação como centro das disputas. Compreendemos ser urgente enfrentar este problema que, em última análise, coloca em risco os direitos, a segurança e até mesmo a vida da população.

As consequências da polarização política e da desinformação sistêmica se tornaram evidentes durante a pandemia de covid-19 ao interferirem na execução e adesão da população às políticas públicas sanitárias de prevenção, vacinação e enfrentamento ao novo coronavírus.

Temos encarado o enorme desafio de construir estratégias comunicativas que, de fato, dialoguem com a população, se atenham aos princípios éticos e possam se contrapor ao discurso de ódio que ganhou espaço nos últimos anos como fala oficial, nas redes sociais e na mídia hegemônica, onde foi gestado e nutrido bem antes das eleições presidenciais de 2018. Tais discursos, com raízes racistas, machistas e homofóbicas não atingem apenas moralmente seus alvos, mas estimulam a violência que vitima principalmente a população pobre, negra, mulheres e LGBTQIA+.

O ódio é reverberado muitas vezes – como revela um estudo em curso no âmbito do grupo de pesquisa Políticas e Economia da Informação e da Comunicação (PEIC/UFRJ), parceiro do Criar Brasil, – por comunicadores da mídia hegemônica, especialmente de programas policialescos, e proprietários dos meios de comunicação como objeto de pressão política e busca de ascensão eleitoral dos próprios e seus aliados. Estes, depois de eleitos, se dedicam a produzir políticas públicas e legislação de ataque à população mais vulnerável, agravando a intolerância vigente no país.

O projeto “Ações de comunicação em favor da prevenção ao discurso de ódio”, realizado pelo Criar Brasil com apoio da Fundação Ford, busca enfrentar esse desafio de pesquisar, refletir e produzir materiais que explicitem as consequências da intolerância e dialogue, especialmente, com a população mais pobre.

É preciso quebrar a corrente de ódio

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