“As pessoas não podem achar que podem sair matando só porque você pensa diferente de mim”. A frase é de Pamela Silva, viúva do petista Marcelo Arruda, assassinado nodia da festa de 50 anos, em julho de 2022, em Foz do Iguaçu (PR). Pâmela e o filho de Marcelo, Leonardo Miranda, são dois dos entrevistados do documentário “O DISCURSO: a construção do ódio”, produzido pelo CRIAR Brasil. O média-metragem colheu depoimentos de outras vítimas da intolerância, como Lola Aronovich, feminista frequentemente atacada de forma machista, o que a levou a ser resguardada pelo Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos; e o ex-entregador de aplicativo Max Santos, agredido a correntadas em São Conrado, Zona Sul do Rio.
“Nem em 50 milhões de anos eu poderia imaginar que ela ia tirar a coleira do cachorro pra me agredir. Eu sou preto, mas não é porque sou preto que vou deixar que as pessoas me humilhem”, afirma Max.
Entre os especialistas que se dedicam ao tema, participam do doc os professores Suzy Santos (UFRJ), João Cezar de Castro Rocha (UERJ), Christian Dunker (USP), Kaline Lima (Unifor), Senilde Guanaes (Unila) e Michel Gherman (UFRJ). Gherman aposta na educação para o enfrentamento da intolerância: “Nós temos que romper com o discurso de ódio e avançar em direção a uma alfabetização antifascista e pró-democrática”, afirma no documentário.
O cientista social Pedro Mourão e a jornalista e pesquisadora Luciana Barreto também são entrevistados. Luciana, que estará no debate após a exibição do filme, alerta: “Ser racista não é ter liberdade de expressão. A sua liberdade de expressão não pode ferir o direito do outro”.
O média-metragem também aborda a dimensão internacional do discurso de ódio com o professor Teun A.Van Dijk, do Centre of Discourse Studies, de Barcelona. A pré-estreia de “O DISCURSO” será no Cine Joia (Av. Nossa Senhora de Copacabana, 680), nesta quinta-feira (4/04), às 19h. O lançamento no Youtube será na última semana de abril. Confira o trailer e, em breve, assista o doc na íntegra.
Comentários