Em Conceição do Coité, interior do estado da Bahia, surgiram poetas e cordelistas mostrando que existe muita vida além do plantio de sisal, feijão e milho, tão comuns na região. Mas além de agricultura e de arte, o município também gerou a Rádio Coité FM.
A emissora foi criada em 1998, quando lideranças da comunidade coiteense se reuniram em busca de um meio alternativo de comunicação, já que a rádio comercial que existia na cidade estava vinculada a poderosos políticos baianos. No mesmo ano foi dada a entrada no processo em Brasília, e com um financiamento de um projeto do MOC – Movimento de Organização Comunitária -, ONG com sede em Feira de Santana, foram adquiridos os primeiros aparelhos. Desde então, com dificuldade, mas persistência, a rádio superou intempéries, conquistou a simpatia da população e se manteve no ar, falando da realidade dos cidadãos coiteenses e fazendo trabalhos como o projeto Pelas Ondas do Rádio, oficinas de comunicação com crianças carentes do bairro periférico da Mansão, mantendo a sua independência de empresas e grupos políticos dominantes.
Apesar de todo o trabalho realizado, a Coité FM não conseguiu até hoje a outorga para funcionamento. O pior: sofre perseguição sistemática da ANATEL, já tendo sido fechada várias vezes. Agora em 2012 a história se repete. A Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações – recolheu o transmissor da emissora e a polícia Federal intimou o diretor, Piter Júnior, a depor. O apoio do Criar Brasil à Coité FM que realiza um trabalho ético, presta serviço à comunidade e mantém um espírito verdadeiramente comunitário. Que as rádios que honram o título de comunitárias consigam seu merecido espaço no dial.
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